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Conheça o RPG Goddess Save the Queen!

Pular de um precipício em chamas numa corda de aço enquanto foge de gorilas é o que você gosta? Então venha conhecer o RPG Goddess Save the Queen!

Imagem: Ficha de Personagem


Goddess Save the Queen é um sistema de RPG brasileiro mega simples de narrar e de jogar. Com referências como 007, A Múmia e Indiana Jones, este RPG é recheado de ações heróicas e acrobacias que desafiam o possível. Se seu desejo é fazer sua personagem saltar de um trem em movimento para alcançar uma escada de corda pendurada num dirigível, enquanto acende seu cigarro e foge de criminosos irritados, este é o sistema ideal para você!


Quando, este ano, tive a vontade de me especializar em um sistema brasileiro, Goddess Save the Queen apareceu - e era exatamente o que eu queria, mas além!


Lançado em 2018, inicialmente pela Editora RedBox, o jogo foi desenvolvido com maestria por Júlio Matos e Carolina Neves. Ao longo do texto, você entenderá porque.


Protagonistas femininas, muita ação, sistema simples, contexto histórico e de autoria feminina e brasileira. Vamos falar sobre cada um desses aspectos abaixo!


Protagonistas Femininas


Representatividade é uma grande preocupação para nós aqui na Torre do Dragão. Por conta disso, criamos o RPG das Minas, um evento no qual eu e a Mestre Julyanna narramos diversos sistemas. Porém, havia um problema: nosso público ainda era composto majoritariamente de homens jogando com personagens masculinos.


E é aí que o Goddess Save the Queen muda as coisas: neste jogo, as personagens são todas mulheres. Chamadas de Protagonistas, são heroínas de uma história épica e recheada de ação. Assim, Goddess Save the Queen traz, tanto para as Protagonistas quanto para a Narradora, um sistema que assegura a representatividade, independente dos jogadores(as) serem homens ou mulheres.


“Esse livro é dedicado a todas as pessoas, homens e mulheres, que lutaram juntos por um mundo mais digno e igualitário ao longo do século XX e pelas liberdades de suas nações.” (Goddess Save the Queen - Pág. 4)


Contexto Histórico


Goddess Save the Queen é contextualizado no período entre as grandes guerras (século XX, entre 1918 a 1939); um período real tratado dentro da ficção, que traz maior entendimento sobre as limitações tecnológicas e espaciais.

Neste cenário, contudo, existe a agência Goddess Save the Queen, criada a fim de recuperar artefatos arqueológicos antigos e mágicos que não devem cair nas mãos das pessoas erradas. Além disso, as Protagonistas vêm de colônias britânicas e, por isso, precisam conquistar Pontos de Independência para libertar sua colônia do domínio britânico.


Esses Pontos de Independência são conquistados quando as missões de recuperação dos artefatos são concluídas. Ao completar estes pontos, a Protagonista pode “aposentar-se” da agência para viver sua vida como quiser.


Sistema D6 e Muita Ação


Em Goddess, cada Protagonista monta uma pilha de dados (d6) para resolver os conflitos de uma determinada Cena. Resultados são 6 e 5 são Vitórias e concedem controle narrativo para o jogador descrever como sua ação foi executada e quais são os resultados obtidos a partir disso. O jogador ter controle narrativo total sob sua ação é um ponto que vale ser destacado.


Jogadores acostumados com D&D, por exemplo, podem encontrar dificuldade para entender essa liberdade - como aconteceu no primeiro evento no qual narramos Goddess Save the Queen. Mestrei para uma mesa já muito conhecida aqui na Torre do Dragão (jogamos D&D juntos há 6 meses) e quando eu introduzi o conceito de controle narrativo, senti que todos se assustaram, no primeiro momento.


“Como assim? Eu posso narrar exatamente o que eu vou fazer e o que vai acontecer se eu usar uma Vitória?” SIM! Por exemplo, você pode, com uma Vitória rolada no dado, atirar no tanque de gasolina de um carro ligado e explodir todos que estão dentro, enquanto você anda na direção oposta (como em filmes).


O fato de as ações serem pensadas de um ponto de vista cinematográfico também é algo que o jogo incentiva e comporta. Corte de cenas, planos específicos e pular “por cima da câmera” são alguns elementos que podem ser introduzidos dentro da história, tanto pela Narradora, quanto pelas Protagonistas.


Resultados 4, 3 e 2 nas rolagens são chamados de controles e, na prática, são o famoso “sim, mas…”. Você pode dizer como a cena se desenrola quando a sua ação é tomada, mas a Narradora pode incluir algumas complicações (mais abaixo). Este controle narrativo parcial traz alternativas e resultados surpreendentes para a história.


A complicação é representada pelo resultado 1 em um d6. Esses dados são da Narradora e, em alguns momentos específicos do jogo (como no uso de um controle), ela pode usá-lo para incluir algum tipo de problema à Cena. A arma da Protagonista pode emperrar, aquele inimigo que foi eliminado pode voltar e atacá-la de surpresa ou a conversa de que as Protagonistas não farão nenhum mal pode não ter sido convincente!


Como o controle narrativo é dividido entre a Narradora e as Protagonistas, todas colaboram para a Cena, trazendo diferentes pontos de vistas para a história.


A Importância de Continuar Lutando


A mecânica de Goddess relativa a dano/pontos de vida também merece destaque. Em vez de ser algo atrelado ao físico da Protagonista, o “dano” acontece pelo tensionamento do Karma da personagem. Ao tensionar um Karma, a Protagonista pode ter seu Ímpeto reduzido. Ou seja, sua vontade e motivação para continuar lutando pela missão e por seus ideais são comprometidas, levantando questionamentos sobre seus Compromissos, Crenças e Objetivos. No lugar de acabar com a “vida” da sua personagem, o jogo propõe questionamentos e gatilhos que podem acrescentar à sua história individual e à narrativa como um todo.


Ao colecionar danos de Ímpeto, sua personagem pode enfrentar desde um abalo emocional até desvantagem ao montar a pilha de dados, gerando traumas físicos ou psicológicos (dependendo da narrativa e do gatilho).


Num sistema no qual sua personagem não é ferida fisicamente, mas sim tem sua determinação comprometida, a história geral e individual é enriquecida de múltiplas maneiras.


Do ponto de vista que as Protagonistas lutam contra o mal em missões perigosas (e seus Karmas definem sua visão do mundo), vale mais levantar questionamentos sobre seus Objetivos do que contabilizar um valor numérico de vida, por exemplo.


E Muito Mais...


Além de ser um sistema brasileiro, Goddess Save the Queen abrange aspectos importantes da história. Do domínio da Coroa Britânica à independência das colônias, muitas histórias podem ser escritas e narradas pelas Protagonistas. Mas, para mim, o mais legal de tudo é poder tomar ações extremamente épicas e cheias de efeitos especiais, além de lutar por itens perdidos e mágicos que compõe a nossa história.

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